Açúcar e ansiedade são temas cada vez mais associados quando se discute saúde mental e alimentação. Alexandre Costa Pedrosa destaca que a ciência tem avançado na compreensão de como o consumo excessivo de açúcar pode influenciar o funcionamento do cérebro e os níveis de ansiedade. Neste artigo, será apresentado um panorama científico sobre a relação entre açúcar e ansiedade, explicando mecanismos biológicos, impactos no humor, efeitos no sistema nervoso e estratégias para reduzir riscos por meio de escolhas alimentares mais conscientes.
Qual é a relação entre açúcar e ansiedade?
A relação entre açúcar e ansiedade está ligada ao modo como o organismo responde às variações rápidas da glicose no sangue. O consumo de açúcar provoca um aumento imediato da glicemia, seguido por uma queda brusca, o que pode gerar sensações de irritabilidade, nervosismo e inquietação. Essas oscilações afetam diretamente o sistema nervoso central. Para Alexandre Costa Pedrosa, compreender essa dinâmica é essencial para perceber que a ansiedade nem sempre tem origem emocional.
O açúcar atua nos circuitos de recompensa do cérebro, estimulando a liberação de dopamina. Esse efeito gera sensação momentânea de prazer, o que explica o desejo frequente por alimentos doces em situações de estresse. No entanto, o uso repetido desse estímulo pode levar a desequilíbrios neuroquímicos. Com o tempo, o cérebro passa a exigir maiores quantidades de açúcar para obter o mesmo efeito, enquanto a ausência pode desencadear sintomas semelhantes aos da ansiedade.
O consumo excessivo de açúcar pode intensificar sintomas de ansiedade?
Estudos científicos indicam que dietas ricas em açúcar estão associadas a maior incidência de sintomas ansiosos. O consumo elevado favorece inflamações sistêmicas e alterações hormonais que impactam diretamente o funcionamento cerebral. Além disso, picos de glicose seguidos de hipoglicemia reativa ativam mecanismos de alerta no organismo. Esse estado pode ser interpretado pelo cérebro como ameaça, intensificando sintomas como taquicardia, tensão muscular e inquietação.

Segundo Alexandre Costa Pedrosa, o açúcar influencia a liberação de cortisol, o principal hormônio do estresse. Em situações de estresse prolongado, o organismo tende a buscar fontes rápidas de energia, aumentando o desejo por alimentos açucarados. No entanto, esse comportamento reforça um ciclo negativo. O consumo excessivo de açúcar pode desregular o eixo hormonal do estresse, mantendo níveis elevados de cortisol e favorecendo estados de ansiedade persistente.
Açúcar pode causar sintomas parecidos com crise de ansiedade?
Sim, o excesso de açúcar pode provocar sintomas físicos semelhantes aos de uma crise de ansiedade. Tremores, sudorese, palpitações e sensação de mal-estar podem surgir após grandes oscilações glicêmicas. Esses sinais, muitas vezes, são confundidos com ansiedade puramente psicológica. No entanto, têm origem fisiológica relacionada ao metabolismo da glicose. Alexandre Costa Pedrosa explica que identificar essa causa ajuda a direcionar intervenções mais eficazes.
A redução do consumo de açúcar pode contribuir significativamente para a estabilização do humor e da ansiedade. Dietas com menor índice glicêmico favorecem níveis mais constantes de energia e menor ativação do sistema de alerta do organismo. Substituir açúcar refinado por fontes naturais e equilibrar a alimentação com proteínas e fibras ajuda a manter a glicemia estável. Essa estratégia reduz a probabilidade de oscilações que afetam o sistema nervoso e a saúde mental.
Qual é o papel da alimentação equilibrada na saúde mental?
A alimentação equilibrada fornece os nutrientes necessários para a produção adequada de neurotransmissores relacionados ao bem-estar. Vitaminas, minerais e gorduras saudáveis são essenciais para o funcionamento cerebral. Quando a dieta é rica em açúcar e pobre em nutrientes, o cérebro sofre com desequilíbrios que podem aumentar a vulnerabilidade à ansiedade.
Eliminar completamente o açúcar nem sempre é necessário. O ponto central está no equilíbrio e na moderação. Por fim, Alexandre Costa Pedrosa enfatiza que o problema surge com o consumo frequente e excessivo, especialmente de açúcares refinados e ultraprocessados. A consciência alimentar é mais eficaz do que restrições extremas.
Autor: Leonid Stepanov
